segunda-feira, 15 de novembro de 2010

Educação Ambiental

Desde a formação do mundo, o homem e o meio ambiente, tinham uma relação de respeito e reciprocidade, onde o ser humano explorava a natureza a fim de suprir apenas as suas necessidades.
Os anos se passaram e o número de habitantes do planeta aumentou, e consequentemente o consumo e exploração do meio ambiente também, fazendo com que a relação de respeito que havia entre o homem e a natureza perdesse o seu valor, causando assim um grande impacto devastador no meio ambiente, como contaminação dos cursos de água, poluição atmosférica, devastação das florestas, caças indiscriminadas e destruição dos habitats faunísticos. Para amenizar este problema foi criada a educação ambiental com o objetivo de gerar uma consciência ecológica em cada ser humano, permitindo assim mudar o comportamento do mesmo em relação à natureza.
E foi Durante a Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente realizada em Estocolmo, na Suécia, em 1972, que a sociedade tomou conhecimento dos problemas ambientais e os governos definiram que a saída para mudar o mundo seria a educação. Os processos educativos ficaram racionais e a escola descuidou dos sentimentos, das sensações e das relações em sala de aula, esquecendo o ar, a água, o corpo, o bairro, a cidade, o planeta. Ora, se a educação ambiental pretende resolver os problemas ambientais pela formação das pessoas, é preciso usar ferramentas transformadoras. Umas delas é a educação.
A Educação Ambiental não se trata apenas de um tipo de educação, mas, de um processo contínuo e longo de aprendizagem, de uma filosofia de trabalho, de um estado de espírito em que todos: família, escola e sociedade, devem estar envolvidas.
Mais do que uma simples forma de transmitir informações e conhecimentos sobre os recursos naturais. A Educação Ambiental é uma ferramenta indispensável à construção de novos valores e atitudes, voltados ao desenvolvimento de uma sociedade comprometida com a solução de seus problemas ambientais, proporcionando condições adequadas de sobrevivência para os atuais e futuras gerações.
E a chave para esse desenvolvimento é a sustentabilidade, onde está presente a participação, a organização, a educação e o fortalecimento das pessoas. O desenvolvimento sustentável não é centrado na produção, e sim nas pessoas. Deve ser apropriado não só aos recursos e ao meio ambiente, mas também à cultura, história e sistemas sociais do local onde ele ocorre.
Viver em sustentabilidade é usufruir o que se tem sem prejudicar as gerações futuras. Ser sustentável é usar somente o necessário, promover o melhor tanto para as pessoas, assim como para o meio ambiente, usando os recursos naturais de forma inteligente para que eles se mantenham no futuro. E assim a humanidade pode garantir o desenvolvimento sustentável.
A Educação Ambiental no Brasil é um tema novo não tendo mais de 20 anos de uma discussão mais consistente. Existem ainda poucas instituições de nível superior que a oferecem como disciplina. Porém esta situação está mudando, e a Educação Ambiental na graduação vem ganhando espaço, principalmente nos cursos de licenciatura, o que não diminui também a sua importância nos cursos de bacharelado possibilitando a aparição de novas pesquisas. Apesar disso, “a Educação Ambiental no que se refere ao ensino de graduação é uma área de conhecimento pouco investigada no Brasil”.(SANTOS, 2002, p.56).
Procurando entender o funcionamento da Educação Ambiental como disciplina, torna-se necessário reconhecer a sua contribuição para a disciplina e para o desenvolvimento teórico e metodológico da Educação Ambiental. Sabe-se que as limitações existem, pois “não há pratica educativa, como de resto nenhuma prática, que escape a limites. Limites ideológicos, epistemológicos, políticos, econômicos, culturais” (FREIRE, 1995, p. 96). Porém, estes limites reconhecidos por Paulo Freire, contribuem para o desenvolvimento das discussões propostas pela Educação Ambiental.
Para tanto, é necessário que o professor entenda a importância de sua contribuição em sala de aula. Segundo SAVIANI (1989, p.89) “tal contribuição será tanto mais eficaz quanto mais o professor for capaz de compreender os vínculos da sua pratica com a pratica social global”.
Existe a necessidade de uma ação direcionada de forma a integrar dialeticamente a totalidade do educando, buscando transformá-lo e, conseqüentemente, transformar o meio.
É necessário também que o tema meio ambiente seja incluído no projeto pedagógico da escola como uma ferramenta permanente, indo além dos temas transversais, e sim, permeando de maneira interdisciplinar e transversal as disciplinas contempladas no currículo, aproveitando o conteúdo específico de cada área, de modo que se consiga um perspectiva de contribuição para uma melhor assimilação da relação entre a Educação e a posição do homem dentro das interações ambientais, visando uma compreensão mais globalizada das questões ambientais.
O processo educativo proposto pela Educação Ambiental tem objetivo de formar sujeitos capazes de compreender o mundo e agir nele de forma crítico-consciente. Sua meta é a formação de sujeitos ecológicos.
“A Educação Ambiental fomenta sensibilidades afetivas e capacidades cognitivas para uma leitura do mundo do ponto de vista ambiental. Dessa forma, estabelece-se como mediação para múltiplas compreensões da experiência do indivíduo e dos coletivos sociais em suas relações com o ambiente. Esse processo de aprendizagem, por via dessa perspectiva de leitura, dá-se particularmente pela ação do educador como intérprete dos nexos entre sociedade e ambiente e da Educação Ambiental como mediadora na construção social de novas sensibilidades e posturas éticas diante do mundo”.(Carvalho, Isabel C.M Educação Ambiental: A Formação do Sujeito Ecológico).
Enfim o problema ambiental é resultado de uma crise de percepção. Se quisermos resolver essa crise, temos de melhorar nosso entendimento sobre o mundo. Assim, criamos um território fértil para encontrar soluções, e a escola pode ajudar nisso durante as aulas, promovendo diálogos, onde os estudantes conversam, analisando o que pensam sobre aquele assunto e procurando entender o que está acontecendo em nosso planeta. Esse é um exercício de observação de nossa forma de pensar e das dificuldades de aceitar opiniões diferentes.
Portanto estamos certos de que a Educação Ambiental poderá contribuir para a superação de muitos dos problemas atuais de nossa sociedade, para que assim possamos viver de maneira mais coerente com os ideais de uma sociedade sustentável, democrática e consciente.

BIBLIOGRAFIAS

Ambiente Brasil>Conteúdo>Educação>Educação Ambiental. Disponível em:            <http://ambientes.ambientebrasil.com.br/educacao/educacao_ambiental/educacao_ambiental.html> Acesso em: 25/10/2010.

Educação Ambiental e a Escola, uma ferramenta na gestão de resíduos sólidos urbanos. Disponível em: < http://www.cenedcursos.com.br/educacao-ambiental-e-a-escola.html> Acesso em: 24/10/2010.

O que é Educação Ambiental? Disponível em: <http://www.artigonal.com/educacao-artigos/o-que-e-educacao-ambiental-387596.html> Acesso em: 30/10/2010.

Rita Mendonça “O educador ambiental ensina por suas atitudes”. Disponível em: <http://revistaescola.abril.com.br/ciencias/fundamentos/rita-mendonca-educador-ambiental-ensina-suas-atitudes-426107.shtml> Acesso em: 24/10/2010.
FREIRE, Paulo. Política e Educação. 2. ed. São Paulo:Cortez, 1995.

SANTOS, Erivaldo Pedrosa do. “Educação Ambiental do Curso de Pedagogia: uma experiência singular”. In: PEDRINI, Alexandre Gusmão (Org.). O Contrato Social da Ciência. Petrópolis: Vozes, 2002.

SAVIANI, Demerval. Escola e Democracia. São Paulo: Cortez, 1989.

REIGOTA, Marcos. O que é educação ambiental / Marcos Reigota.2.ed.revista e ampliada. São Paulo: Brasiliense, 2009.

GUIMARÃES, Mauro. A dimensão ambiental na educação / Mauro Guimarães. Campinas, SP: Papirus, 1995.

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